O BCE aumentou as taxas de juro em 25 pontos base estabelecendo a taxa máxima em 4%

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EDITORIAL
AS TAXAS DE JURO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO

Ontem, o BCE anunciou o aumento das taxas de juro em 25 pontos base estabelecendo a taxa máxima em 4%.

Mais uma má notícia para os consumidores europeus, mas principalmente, para os portugueses, uma vez que este aumento irá refletir-se negativamente nas obrigações contratuais dos consumidores com a banca e, de um modo geral, em todas as áreas de atividade económica.

Podemo-nos interrogar se mais este aumento se justifica ou não. A principal razão evocada pelo BCE para este décimo segundo aumento das taxas de juros é o combate à inflação de modo a chegarmos aos 2% de taxa de inflação média na Europa.

Na verdade, temos vindo a assistir a uma redução progressiva da inflação que se encontra hoje em cerca de metade do máximo verificado há um ano. Nesta ótica, e aceitando ser ainda prematuro reduzir a taxa, tal aumento não tem justificação.


Então por que razão o BCE o fez? Na minha opinião por duas razões.

Primeiro porque a Alemanha encontra-se em crise económica, tem uma taxa de inflação superior à média europeia e necessita urgentemente de a reduzir. Segundo porque na Europa do Norte a percentagem de casa própria é menor que em Portugal e os respetivos empréstimos possuem taxa fixa, sendo por isso imune a estes aumentos, ao contrário de Portugal, onde a maioria dos empréstimos tem taxa variável, o que afeta brutalmente os consumidores portugueses.

Se a situação fosse inversa tenho muitas dúvidas que o BCE aumentasse as taxas de juro.

Mas isto sou eu a pensar… porque sou português!


José António Rousseau
Presidente do Fórum do Consumo
www.rousseau.com.pt

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